No dia 12 de agosto comemora-se o Dia das Artes, ocasião esta que nos lembra e faz ponderar que o projeto de interiores abrange áreas de conhecimento que estabelecem uma relação intrínseca entre arquitetura e arte. Muito além da apreciação estética, a arte constantemente nos propõem questionamentos sobre a direção em que queremos – ou a que não almejamos – seguir, reflexões sobre mudanças de comportamentos e transformações do ambiente e meios que nos circundam.
Como arquiteta tornei esta indagação objeto de constante pesquisa. Assim o simples flanar pelas cidades observando a relação entre pessoas e construções pode enriquecer a investigação a que nos propomos. Para aprofundar o tema, a imersão em galerias e museus, visitas à sítios de patrimônio cultural e natural, assistir à uma dança, peça de teatro, ópera ou show de rock é para mim uma constante que se faz crucial para, no nosso tempo, repensar a função da arte além da beleza. Outras situações como vivenciar diferentes culturas, conhecer lugares díspares, vasculhar feiras de artesanato, experimentar texturas e sabores em mercados municipais e ouvir ideias inovadoras em debates literários também nutrem nosso repertório sobre o papel da arte no nosso dia-a-dia. A análise das tendências observadas certamente nos influencia e capacita para delinear comportamentos futuros e desenvolver projetos que possam expor peças de arte e comunicar a partir da ótica de cada usuário. A relação entre os elementos que compõem o espaço construído, a luz, os objetos e as pessoas pode gerar as mais diversas experiências. Neste universo, o espaço da casa representa a cultura individual, coletiva e familiar e deve compor um espaço de vivências únicas.
Assim incorporar e mesclar os mais diversos móveis e objetos artísticos ao nosso trabalho permite expor diversas estéticas e propor um diálogo entre conceitos múltiplos, conferindo muito mais personalidade e densidade ao resultado final de cada projeto, que muda todo dia, a cada novo olhar.
