O lugar que fica dentro da sua memória

A arquitetura sensorial trata-se de levar em conta os sentidos humanos.

Apesar de parecer óbvio, não é tarefa fácil, pois as pessoas são diferentes e buscam experiências diferentes. Entre os espaços que frequentamos, a casa tem uma importância especial no dia a dia das pessoas, pois é o lugar que te recebe, que te abriga e te protege. É naturalmente um espaço emocional.

Quando a arquitetura sensorial está presente na sua casa, a experiência se eleva e o conforto se estabelece. Um projeto de arquitetura de interiores busca ir além da questão pratica e funcional, o objetivo final é um lugar realmente se queira estar.

Saber ver a arquitetura

“Saber ver a Arquitetura”, é o título de um livro de Bruno Zevi, o qual o autor faz uma reflexão sobre os aspectos que considera essenciais para a compreensão da arquitetura. Fala também da importância do espaço como elemento chave da composição arquitetônica.

Na arquitetura o sentido mais natural a ser estimulado diz respeito ao que se vê, e para entender verdadeiramente o belo da arquitetura é preciso saber ver o vazio.

O belo sempre causa controversa, mas inevitavelmente quanto temos um vazio moldado por cores, luzes e objetos, vamos além do estilo e da tendência: São as sensações transmitidas por este espaço que nos emocionam.

Levar a arquitetura sensorial para sua casa tem relação direta com os espaços vazios, pois é ali que você realmente vai estar.

Lembro quando ouvia …

 

A deliciosa sensação de lembrar uma época ao ouvir uma música, é uma unanimidade. Mas, aquele barulho irritante que te lembra uma noite muito mal dormida, também está na sua memória.

A arquitetura sensorial traz esse equilíbrio, entre buscar o que te faz bem e afastar o que te faz mal. Um lugar pode trazer sensações tão intensas a ponto de mudar a química do seu corpo. A música tem essa capacidade.

Por isso, controlar os sons na sua casa, respeitando a rotina e suas particularidades vai trazer conforto e a arquitetura pode te proporcionar isso.

Cheiro de Casa

O conforto do ambiente na arquitetura passa diretamente pela ventilação de um espaço, que por sua vez tem relação direta com o estimulo do olfato. Espaços arejados são essenciais para receber os mais variados cheiros: Desde o cheiro das flores do jardim, passando pelo cheiro da comidinha caseira sendo preparada na cozinha ou ainda pela confortável sensação de deitar na sua cama e abraçar seu travesseiro com cheiro de conforto. Sim, conforto tem cheiro!

Os olhos da pele

Se na arquitetura de interiores o sentido mais estimulado é a visão, os olhos da pele não ficam para trás. As texturas e suas sensações muitas vezes roubam a cena e são o caminho mais curto para levar a arquitetura sensorial para sua casa.

O que seria daquele quarto minimalista sem a textura lisa e homogenia, ou ainda daquela sala de estar cênica e dramática sem o tecido vibrante e quente?

É provável que não seriam espaços que emocionam, e estimular os sentidos humanos, é emocionar.

Gosto de quero mais!

Sabe aquela viagem dos sonhos? Muito tempo planejando conhecer aquele lugar, e quando chega pensa: “Quero ficar aqui para sempre.”

Mas alguma coisa acontece e 15 dias depois … “Que vontade de estar em casa.”

A casa é o lugar que te oferece tanto conforto e segurança, que sempre vai ser o seu lugar preferido do mundo.

Se você leu e sorriu pensando na sua casa, é provável que a arquitetura sensorial já chegou por lá. Mas se você teve dúvidas sobre as boas sensações que a sua casa te oferece, não hesite em buscar emoção para seu lar, você só tem a ganhar.

Este texto foi produzido pela Arquiteta Thaise Andrade, que colaborou e praticou a arquitetura sensorial no escritório Maria Fernanda Pereira Arquitetura de Interiores por quase 4 anos. “Como última colaboração oficial, ao menos nesse ciclo, fico feliz por oferecer um pouquinho do que aprendi e vivi junto dessas pessoas tão especiais: de companheiros de trabalho a clientes, agradeço muito por essa experiência que me trouxe tanta emoção.”