Parte 1 – DW! São Paulo Design Weekend e High Design
Visitei recentemente as semanas de design das duas cidades que dão título à esta coluna e nelas maratonei eventos, exposições, palestras, feiras e showroons. São duas cidades que amo e me sinto muito à vontade nas ruas, calçadas, museus, bares e restaurantes.
Para esta edição da DW! em São Paulo, levei um grupo formado por profissionais da Confraria AD, associação de designers e arquitetos da qual hoje sou diretora da comissão de viagens. Na movimentada agenda que programamos, primeiramente visitamos no Ibirapuera o fórum Boomspdesign. Evento que reúne palestras e talks, este ano ambientado num espaço repleto de instalações sensoriais em seu hall, como a Vagalume de Harry Allen, uma homenagem à fauna brasileira; juntamente com a exposição de peças com design nacional premiado e tiragem limitada;
Neste ano também no parque Ibirapuera, seguimos para a A MADE – Mercado Arte Design, uma feira de design colecionável. A curadoria desta edição, demostrou a estética e poética da interferência positiva que a memória dos povos produz na criação contemporânea. Uma seleção abrangente de artesãos e artistas que resgatam técnicas antigas e utilizam o potencial de materiais conhecidos, mostrando inovação na forma e no conceito.
Na High Design Expo, feira onde conferimos as novidades e soluções em design e tecnologia para a casa e espaços corporativos , vimos a primazia pelo conforto, trazendo um pouco do aconchego de nossas casas para os espaços de trabalho, e pelo acabamento, sem perder a brasilidade.
Na Modernos Eternos, ambientada este ano no icônico cenário do Mosteiro de São Bento, foi possível contemplar simultaneamente o passado, o presente e o futuro na cultura brasileira. Espaços elegantes repletos de arte e muita bossa, inseridos num contexto urbano único que nos convidou para um passeio no centro histórico paulista logo após a visita à mostra. Do terraço do Edifício Martinelli, que marcou a transição paulista para a era dos arranha-céus; ao vão livre e espaços de convivência da Praça das Artes, passando pelo Bar da Brahma na esquina da Ipiranga e Av. São João; esta região tem um sem número de atrações a serem conferidas.
Na avenida das Nações Unidas, estivemos na mostra funcional D&D Hotel Design, onde os ambientes produzidos são suítes do hotel anexo aquele shopping. Quartos exclusivos, que podem receber os hóspedes mais exigentes, das mais diversas formas, mostram que a hotelaria, inclusive destinada a hospedagem de negócios, pode e deve deixar de ser impessoal.
Num giro pela Avenida Paulista subimos no mirante do Sesc e passamos por sua galeria, onde entramos no universo de Serra Pelada pelas lentes de Sebastião Salgado. Caminhamos no jardim da Casa das Rosas e na Japan House. Onde vimos a fantástica exposição Arqueologia do Futuro, que mostra processo de trabalho desenvolvido pelo arquiteto Tsuyoshi Tane. Ele e sua equipe fazem uma rica e profunda busca de histórias e referências locais que antecedem a elaboração de cada projeto. Esta pesquisa, tão ou mais importante que o seus projetos, é praticamente arqueológica, e inspira suas criações e o futuro que será construído a partir delas.
Ainda deu tempo de passear com meus colegas arquitetos e designers da Confraria pelas calçadas da Alameda Gabriel Monteiro da Silva, onde visitamos uma seleção de lojas da rua que mais concentra design no país. Ao longo deste percurso conhecemos desde as peças da Mostra Brasil Tupi, apresentadas em espaços como da Use galeria e na recém inaugurada flagship da Florense, onde o jardim é uma atração à parte; às novas luminárias da Itens, que empregam desde palha tecidas por comunidades carentes que tem seu saber ancestral colocado em valor e outras inspiradas na botânica brasileira.
Neste roteiro a parte gastronômica também reservou símbolos arquitetônicos: Nos Edifícios Copan e Esther, onde da calçada de um ao rooftop de outro, contemplamos a cidade e brindamos esta experiência.